Antologia Da minha língua vê-se o mar Excerto do texto «A Voz do Mar», lido por Vergílio Ferreira em 1991, na cerimónia em que lhe é atribuído o Prémio Europália (Bruxelas), um discurso manifestamente de afirmação da língua portuguesa como reflexo da cultura de um povo cuja identidade é indissociável do mar. Destaca-se daí uma frase lapidar – «Da minha língua vê-se o mar» (...) Vergílio Ferreira · 28 de novembro de 2011 · 19K
Antologia Os neologismos mais que perfeitos «Um povo que deixa o seu idioma degradar-se, aceitando todo o tipo de estrangeirismos, contributos desnecessários, em breve estará de joelhos.» Extrato do livro Milagrário Pessoal, de José Eduardo Agualusa. A nós interessam-nos as palavras novas, disse eu. lara trabalha com neologismos. Selecciona os neologismos que devem ser dicionarizados. Alexandre Anhanguera estremeceu, trocou um rápido olhar com Plácido Domingo. José Eduardo Agualusa · 22 de novembro de 2011 · 5K
Antologia Cantar d’Amigo Poema que aqui se regista, como evocação dos 750 anos do nascimento de D. Dinis, o rei-trovador enaltecido por Ferna... Afonso Duarte · 10 de outubro de 2011 · 5K
Antologia O génio da nossa língua O génio da língua é a essência espiritual emanada dos seus vocábulos intraduzíveis, que se pode sintetizar numa expressão mais ou menos definida. Na língua portuguesa há um certo número de palavras altamente expressivas do que a nossa sensibilidade possui de mais íntimo e característico, e, por isso, sem equivalentes nas outras línguas. Mas conhecemos ainda uma célebre palavra animada pelos dois princípios religiosos que definem a alma pátria. Teixeira de Pascoaes · 22 de agosto de 2011 · 5K
Antologia Crónica verdadeira da língua portuguesa* A poetisa portuguesaSophia de Mello Breynergostava de saborearuma a umatodas as sílabasdo português do Brasil.Estou a vê-la:suave e discreta,debruçada sobre a varanda do tempo,o olhar estendendo-se com o mare a memória,deliciando-se comovidacom o sol despudoradoardendonas vogais abertas da língua,violentando com doçuraos surdos limitesdas consoantese ampliando-ospara lá da História.Mas saberia elaquem rasgou esses limites,com o seu sangue,a sua resistênciae a sua música? João Melo · 17 de agosto de 2011 · 6K
Antologia // Portugal Madre língua portuguesa Madre língua portuguesa,Sombra dos coros divinos;— Milagre da naureza:De rouca e surda rudezaErguida em sons cristalinos![...]Alta espada de dois gumes,Castelo das cem mil portas:Língua viva, que resumes — Rescaldo de ttantos lumes! —O génio das línguas mortas...[...]Ai de mim! Para louvar-te,Chovessem na minha mãoEstrelas de toda a parte;Fosse um trovão a minha arte;Fosse a minha alma um vulcão! António Correia de Oliveira · 24 de julho de 2011 · 5K
Antologia // Portugal A nossa querida língua Eu amo tanto a nossa língua, esta nossa querida língua portuguesa! — fidalga de nascença pelos pais, cedo emancipada e logo rica, modesta no aspecto, dada no trato, grave no som, sóbria na tinta, gentil de linhas, e por ser desembaraçada de partículas inúteis, precisa nos conceitos, rápida nas máximas, evidente nos contrastes; e ao mesmo tempo cândida para bucólicas, terna para lirismos, altiloqüente nas estrofes das epopéias sonorosas, esquiva no diálogo curto, avolumada no discurso lento, s... Antero de Figueiredo · 11 de julho de 2011 · 5K
Antologia // Portugal Cantar em que a língua fala Cantei nos Cantares de Amigo, cantando, a Pátria nasceu; Portugal floriu comigo quando a poesia cresceu. Ai flores, ai flores dos Cancioneiros,oh graça e sorriso dos poemas primeiros! Ondas do mar me embalaram, tanto andei a navegar, que nos meus ritmos ficaram íris e longes do mar. <... Afonso Lopes Vieira · 8 de junho de 2011 · 3K
Antologia // Portugal Grammatica rudimentar Aquelle Manuel do RegoÉ rapaz de tanto tinoQue em lirio põe sempre y grego,E em lyra põe i latino!E como a gente diz ceiaEscreve sempre ceiar;Assim como de passeiaTira o verbo passeiar!Nunca diz senão peiorNão só por ser mais bonito,Mas porque achou num auctorQue deriva de sanskrito.Escreve razão com s,E escreve Brasil com z:Assim elle nos quizesseDizer a razão porquê!Também como diz — eu soubeJulga que eu poude é correct... João de Deus · 11 de maio de 2011 · 3K
Antologia // Brasil Declaração de amor Crónica da escritora brasileira Clarice Lispector (1920-1977) , incluída no livro A Descoberta do Mundo, editado postumamente, em 1984. Clarice Lispector · 3 de maio de 2011 · 6K