O reitor da Universidade Aberta (UA), Carlos Reis, defendeu [dia 07/04/2008] que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa «é estratégico e extremamente importante para a visibilidade e afirmação» do português no mundo.
O professor catedrático falava aos jornalistas na Assembleia da República, no final do primeiro painel de uma conferência internacional/audição pública, promovida pela Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, com a presença de deputados, embaixadores e linguistas.
Carlos Reis, que tem defendido a ratificação do Acordo «para a unidade da língua portuguesa no plano ortográfico», desdramatizou as alterações previstas, sustentado que se trata «de retrair o mais possível uma dupla grafia».
«A nova grafia entrará rapidamente nos nossos hábitos e nenhum livro será destruído», argumentou o reitor da UA, considerando ainda que a moratória de seis anos para a adaptação das alterações «é excessiva».
O reitor foi questionado sobre o estudo realizado pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que fez uma análise comparativa das versões portuguesa e brasileira de algumas obras de grande tiragem, concluindo que o Acordo Ortográfico «muito pouco vai mudar».
A APEL tem contestado o acordo, argumentando que a sua adopção «cede às intenções do Brasil» e será «uma catástrofe» para Portugal.
Para Carlos Reis, o documento da APEL «não é um estudo, mas apenas uma confrontação de traduções que mostram que há diferenças lexicais e morfológicas».
«É um tiro que passa ao lado do alvo», comentou o professor de literatura portuguesa e ex-director da Biblioteca Nacional.
Sobre as críticas do deputado europeu e escritor Vasco Graça Moura, um dos grandes opositores do Acordo Ortográfico, que tem afirmado que a sua adopção é até inconstitucional, Carlos Reis recordou que os juristas Vital Moreira e Marcelo Rebelo de Sousa «já se pronunciaram a favor» das alterações ortográficas.
A conferência internacional/audição pública prossegue durante a tarde de [DE 07/04/2008]com um painel em que Carlos Reis e Vasco Graça Moura farão as intervenções iniciais, seguindo-se as outras entidades convidadas e os grupos parlamentares.
Ler: Acordo Ortográfico à lupa no parlamento português
in agência de notícias portuguesa Lusa, de 7 de Abril de 2008