Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.

Com este título de capa, publicou  o semanário Courrier Internacional (edição portuguesa), de 28 de Setembro de 2007, um extenso dossiê de textos de diversa proveniência sobre o Acordo Ortográfico: «Dezassete anos depois de ter sido assinado, o Acordo continua letra morta. E Portugal parece arrependido de o ter subscrito.»

Aqui ficam esses textos, com os devidos agradecimentos ao Courrier Internacional, assim como às demais publicações de onde eles foram transcritos.

Letra morta

Reforma absurda

(...)

A unificação ortográfica dos países de língua portuguesa, que vem sendo protelada desde a assinatura do acordo, em 1991, "pode nunca entrar em vigor". É o que admitiu o presidente da Comissão de Definição da Política de Ensino, Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa (Colip), Godofredo de Oliveira Neto.

Um dos mais conceituados linguistas portugueses, Malaca Casteleiro, acusou ontem Portugal de estar a entravar o acordo ortográfico com os países lusófonos por um “medo estúpido” do domínio do Brasil. O linguista, que tem participado nas tentativas de acordo da unificação ortográfica nos países de língua oficial portuguesa, fala mesmo num “cisma” entre Portugal e Brasil que “se arrasta há mais de um sé...

«Nas relações luso-brasileiras, parece por vezes existir um tropismo no sentido da dramatização das pequenas dissonâncias, como se o entendimento mútuo tivesse ciclicamente de passar por renovadas provas. A questão do Acordo Ortográfico parece estar a ser um desses temas, como se uns anos a mais ou a menos na conclusão de um texto trouxessem algum mal ao mundo, que viveu sem ele até agora», escreve...

«Não pode mais acontecer darmos livros didáticos para Angola e eles serem queimados porque a ortografia é diferente», argumenta-se do lado brasileiro. A verdade é que tudo volta a estar em aberto, por causa das reticências portuguesas e do silêncio das autoridades angolanas.

Prós e contras de um (des)acordo

Quais as vantagens e as desvantagens de um acordo ortográfico para a língua portuguesa? E em relação a este, em concreto, o que dizer dele? E o que têm a ganhar e a perder os oito países lusófonos, nomeadamente Portugal e Brasil? Texto da jornalista Filipa M. Gouveia e opiniões dos linguistas Paulo Osório e Cármen Gouveia, aqui.

 

A propósito da notícia de o Governo português pretender  uma moratória de dez anos para a entrada em vigor do novo Acordo Ortográfico (com o objectivo ponderável de proteger as editoras portuguesas) talvez esteja esquecido o seguinte:

Brasil (em 2004), Cabo Verde e São Tomé e Príncipe (ambos em 2006) são, até agora, os três países da comunidade lusófona que ratificaram o acordo para uma nova e única grafia da língua portuguesa. Por motivos provavelmente diferentes, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste ainda hesitam na adesão ao acordo. Mas como a CPLP definiu que a ratificação em três países seria suficiente para a nova grafia passar a vigorar, o Brasil tomou a dianteira, para que em 2008 os livros didá...

«Aqueles que não leem têm como consequência não entrar em contato com novas ideias.» Antes de você pensar que esqueci o trema e alguns dos acentos nessa frase, comece a se acostumar. Apesar de não ter uma data definida, a partir do ano que vem, entram em vigor novas regras na escrita do brasileiro. Entretanto, muito mais do que acentos deixados de lado, trema abolido e regras para o uso do hífen modificadas, a reforma ortográfica trará despesas econômicas, confusões e exigirá muita adaptação ...

Breve história. Em 1931 foi aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre Brasil e Portugal, que não foi posto em prática. Em 1945, o acordo tornou-se lei em Portugal, mas não no Brasil. Em 1975, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras fizeram um novo projecto do acordo, que não foi aprovado. Em 1986, foi elaborado um memorando. Por esta altura, criou-se em Portugal o chamado Movimento Contra o Acordo Ortográfico. Em 1990 as duas academias elaboraram o «novo» acordo...