Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Faço um pedido aos jornalistas: não escrevam nem digam «Papua Nova Guiné». Não é maneira de designar um país. Este disparate, creio que importado do jornalismo norte-americano, equivale a chamar à Holanda «Holandês Países-Baixos» ou à Grã-Bretanha «Inglês Reino Unido», etc.
   Se quiserem gastar palavras em vão, digam Papuásia, Nova Guiné, ou Nova Guiné, Papuásia. Papuásia é o nome antigo, hoje substituído por Nova Guiné. Papua indica o indivíduo da etnia dos papuas, uma das q...

Um médico do «não», ao comentar na SIC o referendo do passado domingo, pronunciou o plural de aborto com um o aberto que arrepia os puristas.
   A tendência, é certo, parece ser hoje a de abrir o o no plural, mesmo nos casos em que o plural conserva o o fechado do singular (como /dô-na/, /dô-nas/). Mas, creio, tal tendência é mais obra de doutores que ignorância de iletrados. A quem ouço /a-côr-do/, /a-cór-dos/ – erradamente – é a gente instruída (a...

"A Folha de S. Paulo" é um dos melhores diários brasileiros. Mas não só em papel. Também na Internet. Tem um serviço de pesquisa bem organizado e um manual de redacção muito útil, que explica coisas complicadas como o que significa, de país para país, um bilião (no Brasil, bilhão).
   Quis ver, até porque houvera polémica sobre o assunto aqui no Ciberdúvidas. E pude aprender que nós, portugueses, em Portugal, dizemos... "m...

São de interesse as observações que o prezado consulente apresenta sobre a concordância do verbo em frases cujo sujeito é uma percentagem. É assunto um tanto controverso. Por vezes não é fácil apresentar regras fixas. Vejamos, então, as seguintes frases:
   (1) 25 por cento ficou em casa.
   (2) 25 por cento ficaram em casa.
   (3) 25 por cento da população escolar ficou em casa.
   (4) 25 por cento dos alunos ficaram em casa.
   (5) 1 por cento dos alunos ficou em casa.

Evacuar indivíduos?

É raro um jornalista empregar bem esta palavra, que já em latim significava «esvaziar». Quando se diz: «Foram evacuados mil portugueses da Guiné-Bissau», o que se afirma, na nossa língua, é que mil portugueses foram esvaziados. Ou seja: cada um desses portugueses foi esvaziado. Ou seja: cada um desses portugueses ficou sem entranhas.

Num espaço como este, frequentado por indivíduos de instrução diversa, não me parece muito didáctica a forma como Ciberdúvidas "resolveu" o problema de concordância intitulado "25 por cento dos alunos ficaram/ficou em casa". Um ilustre professor, Fernando V. Peixoto da Fonseca, diz que é singular. Outro professor, não menos ilustre, José Neves Henriques, admite que é singular. Mas poder-se-ia ter dito algo mais esclarecedor.

Quando falamos português, só é aceitável o emprego de palavras estrangeiras se a necessidade de clareza o exigir. Compreende-se, por isso, que em certos casos se diga "design", embora desenho e estilo possam servir, e noutros se prefira "marketing", apesar de existir mercadologia.
   Esta regra obriga todos os cidadãos e, em especial, os membros do Governo. Mormente o ministro que fiscaliza se as empresas apresentam em português as instruções dos produtos....

Como em França se defende a sua língua...
... ao contrário do que se passa em Portugal

As línguas da Exposição Mundial de Lisboa são o português, o inglês e o espanhol, o que valeu – e muito bem! – um protesto por parte das autoridades francesas.
   

O Governo, se prezasse o português, poderia aproveitar a campanha publicitária do euro para sugerir a pronúncia portuguesa desta palavra.
   Pelo contrário. No anúncio televisivo, transmitido nos últimos dias, insiste-se em dizer... /êu-rò/!
   Formado a partir do truncamento da palavra Europa, o euro...

Os melhores dicionários de português *

O primeiro dicionário português data de 1569 e teve sete edições até 1694. É da autoria do célebre humanista Jerónimo Cardoso, denomina-se Dicionário Latino-Lusitânico/Lusitânico-Latino (traduzimos o título) e contém cerca de seis mil termos ou frases latinas com a tradução portuguesa. De 1551 a 1570, J. Cardoso escreveu diversos dicionários do género. A nossa lexicografia começa assim logo no século XVI.