Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Como qualquer outro consulente, Miguel R. Magalhães tem todo o direito a discordar ou a opinar o que quer que seja sobre Ciberdúvidas. No caso em apreço, e tendo sido eu a assinar essa opinião muito pessoal num Pelourinho a que, propositadamente, intitulei O capitulacionismo à NATO, só tenho que agradecer-lhe a atenção dada a esse meu texto. E, se me permite, fico-lhe grato, também, por me dar a oportunidade de acrescentar mais dois ou três argumentos à minha sustentação inicial.

Por Miguel R. Magalhães

Compreendo o ponto de vista expresso por José Mário Costa sobre a abreviatura NATO, mas gostaria de discordar. A língua vive e renova-se a partir da experiência e a lógica nem sempre é suficiente para explicar a consagração de certas opções. Ora, NATO é um termo com vasta história na nossa língua, história criada tanto por partidários como por opositores da organização. Outro exemplo: EFTA, que designa a Associação Europeia de C...

Caos "humanitário", desastre "humanitário" – vai-se lendo e ouvindo aqui e ali, nos "media" portugueses, a propósito destes tempos bélicos nos Balcãs e, em particular, no Kosovo. Se é desastre, ou caos, ou o que quer que se assemelhe a tragédia, como pode ser...humanitário?!
   Se é "humanitário" o que estão a passar os refugiados albaneses (e, afinal, toda essa martirizada ex-Jugoslávia), como se há-de qualificar, entretanto, o auxílio da Cruz Vermelha e d...

Desde o século XIX, os principais jornais de Lisboa e do Porto têm um espaço para a defesa da língua portuguesa. A tribuna hoje ocupada no Diário de Noticias por mestre José Pedro Machado principiou com Cândido de Figueiredo. 

Passaram as colunas com periodicidade nos jornais e revistas para a rádio e televisão e, recentemente, para a Internet. Esta última ficou a dever-se ao professor José António Camelo, que presidiu à Sociedade de Língua Portuguesa. Tive o gosto de o conhecer (...)

Se NATO (North Atlantic Treaty Organization) é a sigla em inglês do que sempre foi em português OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), porque se há-de repetir o que dizem (e escrevem) os anglófonos, recusando, inclusive, a forma tradicional lusófona?! E se se prefere NATO em vez de OTAN, porque não, já agora, UN (United Nations) em vez de ONU (Organização das Nações Unidas), USA (United States of America) em vez de EUA (Estados Unidos da América), ou, até, UK (United Kingdom ) no luga...

1. - Não considerei «não portuguesa a estrutura da frase: "Uma nova revista, destinada aos tempos livres, apareceu nas bancas portuguesas (...)"».

Como poderia eu considerar não portuguesa uma estrutura própria da nossa língua? O que eu disse foi coisa bem diferente: «que em muitos casos, não devemos empregar a ordem directa, como é próprio do inglês». Dizer «em muitos casos...» não é afirmar que não é portuguesa a ordem directa. Mais ainda: apenas afirmei que «em muitos casos» e não e...

Como digo na minha réplica, nas obras de estudiosos portugueses e brasileiros que consultei - de Epifânio da Silva Dias a Aurélio Buarque de Holanda -, nada vi que exigisse a frase em causa sempre na ordem inversa e a considerasse inglesa na ordem directa. Porque de problema enfático (ênfase, estilo), acima de tudo, se trata.

 

Uma vez que uma reacção minha ao artigo de José Mário Costa intitulado «Portugueses que preferem o inglês» mereceu duas respostas da parte do Ciberdúvidas, gostava, sem pretender entrar em grandes polémicas, de acrescentar algumas observações:
   1. Tem toda a razão o professor José Neves Henriques: «ter a ver com» é de facto um galicismo. Escapou. Deve ser influência do Eça de Queirós...
   2. João Carreira Bom, que...

Permito-me discordar de Frederico Leal e do professor José Neves Henriques, que consideram não portuguesa a estrutura da seguinte frase: «Uma nova revista, destinada aos tempos livres, apareceu nas bancas portuguesas, com rubricas como cinema, teatro, artes, livros, música, o habitual.»
   Parece-me tão portuguesa esta frase na ordem directa («uma revista apareceu») como na ordem inversa («apareceu uma revista»).
   Em português, predomina a ordem di...

De facto tem razão. Em muitos casos não devemos empregar a ordem directa, como é próprio do inglês.
   A ordem das palavras apresentada por Frederico Leal é, sem dúvida, a ordem natural em português. Ainda bem que é daqueles que sentem a Língua.
   Fico, pois, muito agradecido por me chamar a atenção para o caso.
   Já agora, uma observaçãozita: é sintaxe francesa dizermos: «... nada tem a ver com o português...» (2.º parágrafo)
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