Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa

Já que, no amável convite para participar nesta iniciativa do Congresso Internacional de Literaturas Africanas (convite que muito agradeço e iniciativa que muito louvo), havia uma alusão explícita e simpaticamente provocadora ao meu opúsculo intitulado Para uma Crítica da Razão Lusófona: Onze Teses sobre a CPLP e a Lusofonia (Edições Universitárias Lusófonas, 2.ª Ed., 2002), será também com uma tese (disse uma, não onze, tranquilizem-se!), decerto menos simpaticamente provocadora, que ...

Apesar das aparências, as questões da língua portuguesa não deixam toda a gente insensível. Na quarta-feira, veio ter comigo um camarada da «Única» que, rindo, me mostrou o modo como na "Focus" se escreve slogan: slôgane. Disse-lhe que já tinha visto o barbarismo, ou a barbaridade, pelo menos uma vez. «E já sabes do ferribote?», replicou. Não, respondi. «Vem no dicionário.»

Não foi difícil adivinhar em que dicionário. Lá está, pág. 1728 do volume I: «ferribote .... s. m. (do ingl. ...

Recorrentes estatísticas dos últimos dias, tanto de organismos portugueses como internacionais, vieram (finalmente?) despertar os distraídos para o facto, estatisticamente indiscutível, que é, literalmente, a falta de Educação, em todos os seus aspectos e sentidos (analfabetismo estrutural atávico, disfuncionamento do sistema, altíssimo abandono escolar, reduzidíssima taxa de diplomados, etc.) a causa de todos os atrasos da Sociedade Portuguesa e a causa de a mesma aparecer cada vez mais, ins...

A proliferação dos neologismos
O exemplo francófono

«O Estado francês – escreve* o jornalista Paulo Querido – oficializou o termo courriel para designar o correio electrónico», que passou a ser obrigatória. em toda  na administração pública do país.

* in semanário Expresso, do dia 26 de Agosto de 2003

No artigo "A praga dos neologismos" (EXPRESSO / Única 26/7/03), preocupa-se Paulo Querido com a entrada e difusão de neologismos relacionados com a Internet. E tem razão em preocupar-se.

Péssimo futebol falado

O regresso do futebol jogado em Portugal trouxe também o futebol… falado. Pessimamente falado. Com as transmissões televisivas e os relatos da rádio, lá voltaram os "flash interview" – melhor: "/flashinteviú/", que é como se ouve chamar àquelas pequenas (ou curtas) entrevistas dos treinadores e jogadores na TV... –, a "prestação" (até há os que preferem "/prestáção/"...) e a "performance". É o futebolês no seu pior estilo: feio e nivelado por baixo (...)

Neologismos de TV

As Televisões atiram-nos, com toda a naturalidade, umas palavras arrevesadas, feiíssimas, a substituir outras simples, limpas, enraizadíssimas na linguagem de todos os dias. Exemplo: numa reportagem do Telejornal da RTP, sobre uma manifestação de bombeiros que reivindicavam mais meios emitida há tempos, dizia-se isto: "As críticas são todas direccionadas ao presidente da Câmara de Lisboa." Porque é que as críticas hão-de ser  ...

Tendências de Verão

Os Média e a Ordem de Fénix

Vinte e um de Junho. Primeiro dia do Verão. Mais um "best-seller" à venda por todo o mundo: Harry Potter e a Ordem de Fénix - infelizmente, os locutores portugueses esqueceram a lição de Bagão Félix (/félis/ e não "felics") e caíram logo na esparrela, pronunciando "fénics" em vez de /fénis/. Ou "finics", à inglesa, como preferiu um locutor da SIC (...)

Uma questão de estratégia geopolítica

«Mais que projecto ou questão cultural, a Lusofonia é, obviamente, um projecto ou uma questão linguística e, embora talvez menos obviamente, também e até sobretudo um projecto ou uma questão de estratégia geopolítica

Nas televisões

«O grande problema não é saber-se poucas coisas – escreve neste texo* o escritor português Mário de Carvalho –. Nem tampouco saber-se mal as coisas. É antes saber-se um excesso de coisas erradas. Esta última asserção não é a minha, mas não me recordo do nome do autor. Vai com as minhas desculpas se for vivo ou com as minhas homenagens se já se encontrar em estado de as desculpas não lhe servirem de nada.»

 

* Texto transcrito, com a devida vénia,  jornal "Público", de 28/05/1096.