O provérbio «Quem com porcos anda, farelo come» significa que as pessoas são influenciadas pelas companhias que escolhem e sofrem as consequências destas escolhas.
Neste provérbio, adota-se uma estrutura lógica de causa-consequência. A causa é associada aos valores conotativos do nome porcos, que remetem para pessoas consideradas uma má influência ou que dão maus exemplos de alguma natureza. A opção de «andar com porcos», ou seja, de se fazer rodear de pessoas duvidosas tem uma consequência: «comer farelo».
Esta oração apresenta uma significação menos evidente. Para a compreendermos, temos de recordar que os farelos são resíduos que sobram da peneiração ou da moagem de cereais como o trigo ou a aveia. Isto significa que os farelos são, do ponto de vista conotativo, associados à ideia de algo sem valor ou insignificante. No caso do provérbio “Quem com porcos anda, farelo come”, o elemento «farelo come» aponta, assim, para o impacto das más companhias: podemos também tornar-nos pessoas pouco recomendáveis ou cometer erros da mesma natureza dos dessas pessoas e, consequentemente, ter de sofrer as consequências dos nossos atos.
Áudio disponível aqui:
[AUDIO: Carla Marques_Quem com porcos anda]
Apontamento da professora Carla Marques incluído no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 1 de junho de 2025.