Na sua qualidade de presidente da comissão organizadora das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, de 10 de junho de 2022, o constitucionalista Jorge Miranda criticou os frequentes «atropelos» à língua portuguesa, pronunciando-se ainda contra nomes estrangeiros em instituições de ensino portuguesas.
«Não posso deixar de reagir contra os atropelos que [a língua portuguesa] vem sofrendo entre nós», disse Jorge Miranda, no discurso proferido na cerimónia militar comemorativa, em Braga.
Entre esses «atropelos», apontou os «constantes erros de sintaxe na comunicação social, o ensino em escolas superiores portuguesas por professores portugueses a alunos portugueses em língua estrangeira, a denominação de algumas escolas superiores também em inglês», bem como o «alastramento de denominações comerciais de empresas portuguesas operando em Portugal em inglês».
Destacou ainda a «adulteração» do Erasmus, programa de intercâmbio cultural de jovens universitários, porque — acentuou — «internacionalizar não pode significar desnacionalizar»
Considerando o uso da língua portuguesa «um direito fundamental dos cidadãos portugueses e brasileiros, tal como dos cidadãos de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de São Tomé e Príncipe, de Angola, de Moçambique, de Timor», lembrou que um direito também pressupõe um dever: «O direito de falar, de ouvir, de escrever, de ler, de receber mensagens, o direito de comunicar em português».
No seu discurso, Jorge Miranda disse não conhecer nenhum outro país que eleve a celebração a dia nacional de um seu poeta: Camões, «que ergueu a língua portuguesa ao máximo esplendor» Na integra, aqui.
Cf. School of Law. Nome da Faculdade de Direito da Universidade Nova considerado ilegal
in Jornal de Notícias e CNN Portugal, 10/06/20222