Depois das eleições autárquicas em Portugal , fazem-se as contas, aparecendo, na imprensa escrita e nos rodapés televisivos o número de vereadores, deputados, câmaras, votantes, entre outros.

Acontece que a palavra que segue um algarismo, no início de uma frase, deve ser escrita com letra minúscula, exceto se se tratar de um nome próprio.

Assim, na imprensa, temos encontrado, frequentemente, exemplos como «19 Vereadores»; «66 Câmaras»; «26 Deputados», «3 Autarquias»; «2509 Votantes».

Isso não deve acontecer. 

Como regra geral, a primeira palavra de uma frase é escrita com a inicial maiúscula. No entanto, a grafia da língua portuguesa indica que, quando a frase começa com um algarismo, a palavra que se segue é escrita em minúscula, pois não abre a frase. Isso é frequente em títulos ou manchetes da imprensa, pois tendem a usar uma linguagem mais direta e concisa.

Então, as expressões acima transcritas deveriam escrever-se da seguinte forma: «19 vereadores»; «66 câmaras»; «26 deputados», «3 autarquias»; «2509 votantes».

Uma outra questão prende-se com uma questão estilística: a da escrita dos numerais com recurso aos números ou por extenso. Ora, segundo a Gramática do Português da Fundação Calouste Gulbenkian (2013-2020, p. 945), os numerais cardinais até dez e os numerais correspondentes a números inteiros que referem dezenas ou centenas exatas escrevem-se, normalmente, por extenso.

Em início de frase ou de título, deverão escrever-se por extenso mesmo aqueles que, no interior ou no fim da frase, se escreveriam por algarismos (Treze deputados foram reeleitos; foram reeleitos 13 deputados).