«(...) «A presença do aluno tem de ser permanentemente observada pelo professor, de modo a garantir a aquisição/ compreensão de conhecimentos. (...)»
No final deste ano letivo tão particular , urge fazer uma avaliação do ensino à distância, tendo em conta os riscos de violação de privacidade de todos os envolvidos.
Assim, inicialmente, houve uma recomendação por parte da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), no que diz respeito à escolha das plataformas e sistemas para o ensino à distância. Deveria haver a garantia da definição das configurações de privacidade, de modo a que os utilizadores pudessem optar pela menor exposição possível.
Ora, o que, na verdade, aconteceu foi uma autêntica ausência visual dos alunos, que, regra geral, optaram por aulas síncronas sem vídeo, contrariamente aos professores. Estes, apesar dos riscos e recomendações e do «risco de vigilância à distância» para «controlar o (seu) desempenho profissional», deram a cara, expuseram-se, esforçaram-se, ultrapassaram dificuldades para ensinar.
Todos sabemos que, se os professores não o tivessem feito, este sistema teria falhado por completo. Contudo, há questões que se colocam: Será que os alunos aprenderam? Será que o ensino foi eficaz? Em que medida?
Efetivamente, a ausência de vídeo por parte dos alunos foi um dos fatores que dificultou todo o processo.
Se, por um lado, se evitava riscos de violação de privacidade, por outro, impossibilitava o professor de verificar a aprendizagem. De facto, houve muitos casos em que os alunos acediam à aula e, com o vídeo desligado, faziam outras atividades, nomeadamente dormir ou ausentarem-se, sem que o professor se apercebesse.
Vivemos tempos difíceis! Muitos são aqueles que se esforçam para que as coisas funcionem. Porém, há muito a fazer. O ensino à distância poderá ser eficaz, se for dinamizado de outro modo. A presença do aluno tem de ser permanentemente observada pelo professor, de modo a garantir a aquisição/ compreensão de conhecimentos.
Embora seja imprescindível sensibilizar alunos (e pais, quando forem crianças) para as boas práticas, importante é também que os alunos compreendam a importância de «dar a cara», enquanto estão a aprender.