Viu-se numa peça do Jornal das 8, da TVI, do dia 29 de junho de 2019: numa entrevista ao jornal desportivo espanhol AS, o jovem futebolista português João Félix¹ expressando-se em castelhano. Nada de especial por parte do recém-transferido jogador para o Atlético de Madrid: essa é a "regra" cumprida por qualquer estrangeiro que jogue ou treine no país vizinho – seja ele de que nacionalidade for, "estrela" de maior ou menor grandeza, e em qualquer modalidade desportiva. É o que não acontece em Portugal, salvo algumas, raras, exceções. Por exemplo, o já falecido treinador inglês Bobby Robson passou quatro anos em Portugal e por dois clubes, sem algum dia ter falado à imprensa em português – algo que já tem no atual treinador do Sporting um sucedâneo. Há um ano já em Portugal, o holandês Marcel Keizer ainda não se deu à deferência de articular sequer um "obrigado" no idioma do clube onde trabalha.
Distinto – mas igualmente nada abonatório (e até menos desculpável, tratando-se de um político português) – é o caso do eurodeputado socialista Pedro Marques discursando em inglês, pela primeira vez no Parlamento Europeu – ainda por cima, sendo português uma das 24 línguas oficiais da União Europeia.
¹ Recomendação, já agora, à jornalista autora da peça da TVI sobre João Félix: não diga, como disse, "Féliks". Diga como (bem) disse o pivô desse dia do Jornal das 8, José Alberto Carvalho: /Féliz/.