Porque será que temos o (mau) hábito de ir buscar certas palavras ao campo de diferentes patologias para criticar e até insultar quem é alvo do nosso desagrado ou da nossa irritação? Como é que as designações de uma afeção neurocomportamental e dos seus pacientes – deem-se os casos de autismo e autista – adquirem uma conotação depreciativa e não raro ofensiva, muito para além do sentido estrito da palavra em si? Não será tudo isto a projeção de preconceitos acerca de padrões de suposta normalidade? São estas algumas das questões levantadas pelas jornalistas Susana Venceslau e Gabriela Chagas, num trabalho difundido pela agência Lusa, assinalando o Dia Mundial de Consciencialização do Autismo, e que se disponibiliza em O Nosso Idioma. Igualmente nesta rubrica, e com a devida vénia também, transcreve-se uma crónica assinada pela jornalista Clara Ferreira Alves, publicada no semanário "Expresso" em 3/4/2015, à volta do uso do calão e dos eufemismos correspondentes no discurso produzido dentro e fora do vertiginoso mundo da comunicação digital.
Neste dia, regressam também as atualizações regulares do consultório: interpretam-se as subtilezas semânticas das orações consecutivas introduzidas por para; fala-se de vogais e nasalidade nos dialetos portugueses do Norte; e, a propósito de uma expressão redundante, faz-se a destrinça entre perigo e risco.
Muito já se disse e escreveu sobre o desaparecimento do realizador português Manoel de Oliveira (11/12/1908-2/4/2015). Mesmo assim, tendo em conta a centralidade que o discurso linguístico ocupa na obra do grande cineasta, é inevitável tornar aos momentos por ele criados para dar protagonismo à nossa língua comum. Por exemplo, em Palavra e Utopia, em que as interpretações do português Luís Miguel Cintra e do brasileiro Lima Duarte reinventam a energia e o fervor da oratória barroca do Padre António Vieira. Desse filme, aqui fica a apresentação:
O ano letivo vai-se aproximando do seu termo em Portugal, mas é sempre altura de recordar que, na Ciberescola da Língua Portuguesa e nos Cibercursos, se produzem materiais para apoio do ensino e da aprendizagem da língua portuguesa (materna e não materna), além de se organizarem cursos individuais para estudantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language). Mais informação no Facebook e na rubrica Ensino.