Em Portugal, as metas curriculares da disciplina de Português, publicadas em agosto de 2012, continuam a gerar polémica, desta vez, por causa das metas de fluência de leitura oral. Espera-se, por exemplo, que um aluno do 4.º ano de escolaridade saiba ler, no mínimo, 125 palavras por minuto (pág. 28), valor muito acima dos máximos apurados em programas de monitorização do desenvolvimento desta competência. José Morais, professor catedrático da Universidade Livre de Bruxelas e coautor das referidas metas, declara que a opção tomada foi a de «apresentar um valor aproximado para ser obtido». Para Dulce Gonçalves, professora e investigadora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, os valores fixados são absurdos, se não mesmo inexplicáveis, atendendo à investigação recente. Sobre este assunto, o programa Sexta às 9 (RTP1) dedicou uma reportagem, acessível aqui (ver a partir dos 17' 20").
Continuando em Portugal, polémica também se torna a interpretação da Lei n.º 46/2005: onde se lê «presidente de câmara municipal» e «presidente de junta de freguesia», o Presidente da República deteta um erro e adverte que deveria ter-se escrito «presidente da câmara municipal» e «presidente da junta da freguesia». A discrepância entre o uso da preposição de e o da sua contração com o artigo definido, da, é politicamente relevante, sobretudo com as eleições autárquicas a aproximarem-se, porque a lei em causa estabelece limites à renovação sucessiva dos mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais.
Se o artigo definido pode fazer toda a diferença, a escolha dos adjetivos também. Por exemplo, o que poderá ser uma «praia acessível»? No Pelourinho, Paulo J. S. Barata mostra como o desejo de síntese não foi informacionalmente eficaz numa placa de sinalização. No consultório, pergunta-se se os nomes próprios têm grau normal e fala-se de um adjetivo invariável. Estas e outras respostas, com os demais textos aqui em linha, estão igualmente disponíveis no Facebook e numa aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
Ao contrário do que é habitual, o programa Cuidado com a Língua! não é transmitido na segunda-feira, 25 de fevereiro, na RTP1, por conveniências de programação.
Infelizmente, os problemas decorrentes da migração do Ciberdúvidas para esta nova plataforma têm afetado a consulta de respostas e textos em arquivo. Pedindo a paciência de todos os utilizadores, agradecemos qualquer informação sobre erros eventualmente detetados, através da hiperligação que se encontra no fundo de cada página visionada.
Porque não participar na campanha SOS Ciberdúvidas, criada por um grupo de amigos em setembro de 2012? Todos os esclarecimentos deverão ser solicitados pelo endereço apoioaociberduvidas@gmail.com.