Como já aqui foi assinalado, em Portugal são as várias unidades de investigação nos campos da Linguística e das Humanidades que vão encerrar ou encaram esse risco, na sequência de uma avaliação feita pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O Centro de Linguística da Universidade do Porto (CLUP) vê-se na contingência de fechar, já em janeiro de 2015, ao fim de mais de 40 anos de atividade; e os dois centros de estudos clássicos do país – o Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras de Lisboa e o Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra – também fecham portas. Destino diferente vai conhecer outra unidade de excelência da área da Linguística, o Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC) – que se funde, a partir de janeiro de 2015, com o Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada (CELGA), da Universidade de Coimbra.
A situação é, portanto, inusitada e, sobretudo, preocupante, porque tem impacto na própria promoção científica, académica e cultural da língua portuguesa. O programa Páginas de Português de domingo, 20 de julho (às 17h00*, na Antena 2), entrevista, por isso, o professor João Veloso, investigador e coordenador do CLUP, e faz a leitura da declaração que a FCT emitiu em 11/07/2014 sobre este assunto. No programa Língua de Todos de sexta-feira, 18 de julho (às 13h15* na RDP África; com repetição ao sábado, depois do noticiário das 9h00*), a linguista Margarita Correia fala sobre o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, a apresentar na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Díli em 23/07/2014. Esta emissão inclui a rubrica a Ciberdúvidas Responde, conduzida por Sandra Duarte Tavares.
* Hora oficial de Portugal continental, ficando disponível via Internet, nos endereços dos programas.
Breves palavras para lamentar o desaparecimento do escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro (1941-2014). Baiano, autor de vocação humorista e atento cultor da língua portuguesa, João Ubaldo Ribeiro era presença assídua noutros países lusófonos, como foi o caso de Portugal, onde viveu durante um ano, na década de 80. Recordemo-lo com um texto seu, disponível em O Nosso Idioma: "A decadentização da Língua". Leia-se também a crónica que o jornalista Ferreira Fernandes lhe dedicou em 19/07/2014, no Diário de Notícias.
Ao sinal * dá-se o nome de asterisco, mas há quem diga erradamente "asterístico", como Edno Pimental refere em O Nosso Idioma. A propósito de um novo caso de espionagem na Alemanha, Wilton Fonseca salienta na mesma rubrica dois verbos sinónimos, espiar e espionar. E, embora o consultório faça uma pausa até setembro, recordamos que se mantém acessível todo o arquivo de mais de 30 mil respostas do Ciberdúvidas (consultar pelo motor de busca); além disso, continuamos a divulgar conteúdos ainda à espera de divulgação, como é o caso das seguintes perguntas: qual a etimologia do substantivo escova? E a do numeral cem? Qual a classe de palavras de mais na expressão «mais de trinta pessoas»?
Os media de Portugal deram projeção ao convite irónico que a Associação Empresarial de Paços de Ferreira (a chamada «capital do móvel») dirigiu ao dono da IKEA – no meio, reconheça-se, de grandes oscilações quanto à pronúncia deste nome. Recordamos que IKEA soa como "iquêa", dando proeminência ao e da palavra. Cabe observar, no entanto, que, no português, não existindo palavras em que a sequência ea tenha e tónico em hiato com a, a tendência é inserir um i (epêntese) e pronunciar/escrever "eia", como acontece com ideia, teia, ceia, procedentes das antigas formas idea, tea, cea. Daí o nome passar por uma adaptação fonética e pronunciar-se frequentemente como "iqueia". De qualquer modo, por muito que custe, porque não um esforço e dizer IKEA o mais aproximadamente possível da forma original – "iquêa"?
Os materiais da Ciberescola da Língua Portuguesa e dos Cibercursos estão ao alcance de todos os professores e alunos de Português (língua materna e não materna). Mais pormenores, incluindo informação sobre cursos para estudantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language), na rubrica Ensino e no Facebook.
Com SOS Ciberdúvidas, lançamos um apelo a todos os nossos consulentes para nos ajudarem a continuar. Bem hajam!