José Saramago, escritor português e Prémio Nobel da Literatura, morreu aos 87 anos, em Lanzarote, Espanha, onde residia.
Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, na Golegã, em 1922. Em 1939 termina o estudos de Serralharia Mecânica e emprega-se nas oficinas do Hospital Civil de Lisboa. A partir de 1960 desenvolve um intenso trabalho jornalístico, no Diário de Notícias e no Diário de Lisboa, n’A Capital, no Jornal do Fundão, entre outros. Em 1968, torna-se membro do Partido Comunista Português.
Trinta e três anos depois da sua primeira obra (Terra do Pecado), os romances Levantado do Chão (1980), Memorial do Convento (1982) e O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) trazem-lhe a consagração. Ensaio sobre a Cegueira (1995), outra referência na bibliografia do escritor português, foi adaptado para o cinema em 2008 pelo realizador brasileiro Fernando Meirelles.
José Saramago escreveu, para edição exclusiva no Ciberdúvidas, o texto Uma língua que não se defende, morre. Sugerimos, neste dia, a sua (re)leitura. Deixamos também, aqui e aqui, algumas reacções ao seu desaparecimento.
O aumento da procura do português nos liceus da Europa, e um pouco por todo o mundo, deve-se, fundamentalmente, a razões culturais (especificamente no caso dos descendentes de falantes nativos do português) e a razões profissionais e económicas.
Mas, em Portugal, cada vez mais alunos escolhem o espanhol (2811 matrículas no corrente ano lectivo), em detrimento do inglês, do francês ou do alemão, por considerarem ser aquela uma língua fácil de aprender e, por conseguinte, que implica menos estudo e mais garantia de boa nota. Essa é, pelo menos, uma das leituras que faz a presidente da Associação Portuguesa de Professores de Espanhol Língua Estrangeira (APPELE) acerca do crescendo da procura da língua de Cervantes no ensino oficial português.
Fica o aviso: a aprendizagem de uma língua geneticamente próxima da língua materna não implica maior facilidade de aprendizagem, antes oferece outra ordem de dificuldades, como sejam a maior probabilidade de transferência da língua materna para a língua-alvo ou a pronúncia residual, por exemplo.
No dia 28 de Junho (segunda-feira), pelas 10h30, no Complexo Interdisciplinar da Universidade de Lisboa (Avenida Professor Gama Pinto, n.º 2), a professora Maria Aparecida Torres Morais, da Universidade de São Paulo, proferirá uma palestra intitulada “Variação e mudança na expressão dos complementos dativos no português brasileiro”. Trata-se de uma iniciativa a cargo do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa.
Assinalamos que a partir deste dia ficam disponíveis as versões definitivas do Lince (corrector ortográfico) e do VOP (Vocabulário Ortográfico do Português) – ambos projectos da responsabilidade do Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC).
Tema do programa Páginas de Português (Antena 2, dia 20, 17h00*): numa paisagem mediática, como a portuguesa, pejada de analistas e opinadores, como se opera a manipulação do discurso político? A leitura de Marcelo Rebelo de Sousa e de Ana Martins, autora do recém-publicado livro A Textualização da Viagem, Relato versus Narração – Uma Abordagem Enunciativa.
Tempo, ainda, para a rubrica Uma Carta É Uma Alegria da Terra, em colaboração com os CTT, Correios de Portugal.
* Hora de Portugal continental.