Como se chama o natural ou o habitante da Croácia? O Nosso Idioma identifica a forma correta do gentílico em questão com um texto de Edno Pimentel, a pretexto do jogo Brasil-Croácia, disputado no Campeonato do Mundo de Futebol que se realiza no Brasil até 13/07/2014. Na mesma rubrica, uma crónica de Wilton Fonseca recorda a origem do verbo xingar a propósito de uma situação que, em Portugal, envolveu o presidente da República no feriado de 10 de Junho. Passando ao Pelourinho, Paulo J. S. Barata comenta o uso do dispensável neologismo "resígnio", incorretamente usado no lugar de resignação, em contexto mais uma vez respeitante ao futebol. Quanto ao consultório, revisitam-se as figuras de estilo, os nomes étnicos (etnónimos), os neologismos, as regências e os tempos da flexão verbal.
Finalmente, assinalando a proclamação do rei Filipe VI1 em Espanha, em 19/06/2014, convém registar que, embora a casa real a que o monarca pertence seja frequentemente referida na comunicação social pelo nome espanhol Borbón (Casa de Borbón) ou pela grafia de origem francesa Bourbon2 (dadas as raízes desta dinastia em França), existe forma correspondente em português: Borbom (no plural, Borbons; ver Francisco Rebelo Gonçalves, Tratado de Ortografia Portuguesa, 1947, pág. 131, nota 3; e Vocabulário da Língua Portuguesa, 1966).
1 Observe-se que, em relação a figuras públicas, com a atual tendência para conservar a forma dos nomes próprios nas línguas originais, se torna discutível escrever Filipe à portuguesa, em vez de Felipe, forma espanhola, tendo em conta que o seu antecessor foi e é conhecido como Juan Carlos, e não João Carlos. Mas é igualmente certo que o novo rei de Espanha acaba por ficar incluído na já extensa lista de Filipes das casas reais de Espanha, os quais, em Portugal, são sempre mencionados com a grafia portuguesa, e nunca à maneira espanhola. Como é sabido, entre 1580 e 1640, Portugal esteve unido a Espanha sob o governo de três reis que se chamavam assim e que pertenciam à dinastia dos Habsburgos (também conhecida por Áustrias); ora, em referência a esse período, geralmente não se escreve «o tempo dos "Felipes"», mas, sim, «o tempo dos Filipes». Trata-se, portanto, de um tema suscetível de gerar alguma discussão, que merecerá novo comentário nestas páginas.
2 Esta forma tem tido especial favor no uso, como José Pedro Machado sublinha no seu Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (s.v. Borbom).
No programa de rádio Língua de Todos de sexta-feira, 20 de junho (às 13h15* na RDP África, com repetição aos sábados, depois do noticiário das 9h00*), a professora Sílvia Helena Benchimol Barros, da Universidade Federal do Pará, fala sobre a importância da língua portuguesa para a identidade amazónica. O Páginas de Português de domingo, 22 de junho (às 17h00*, na Antena 2), entrevista a professora Edviges Ferreira, presidente da direção da Associação de Professores de Português, sobre os resultados dos exames da disciplina de Português do 4.º e 6.º anos do sistema de ensino português; também em foco: a riqueza lexical do português moçambicano, numa conversa com a professora Irene Mendes; e a iniciativa Leitura Furiosa, explicada pela escritora Regina Guimarães.
* Hora oficial de Portugal continental.
Na Ciberescola da Língua Portuguesa e nos Cibercursos, professores e alunos têm acesso livre a recursos para o ensino e a aprendizagem do português (língua materna e língua não materna). Mais informações, na rubrica Ensino, incluindo pormenores sobre aulas individuais para estudantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language).
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