Moçambique vai apresentar, no Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), o seu Vocabulário Ortográfico Nacional (VON), a incluir na elaboração do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, decorrente do processo de aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (AO) no conjunto dos países de língua portuguesa. Este acontecimento reforça a adesão de Moçambique ao AO, após o respetivo governo o ter aprovado e submetido para ratificação parlamentar. Lourenço do Rosário, presidente da comissão moçambicana do IILP, em declarações ao jornal Notícias Online, frisa que o Vocabulário Ortográfico de Moçambique é o resultado de um trabalho científico levado a cabo por uma equipa da Faculdade de Letras e Ciências da Universidade Eduardo Mondlane, a qual integra lexicógrafos liderados pelas professoras Inês Machungo e Perpétua Gonçalves: «É um trabalho científico seguro e terá mais de 40 mil entradas, o que significa que estamos perfeitamente a par dos outros, quer dos portugueses, quer dos brasileiros em termos de trabalho científico.»
Além do vocabulário nacional de Moçambique, será também apresentado o de Timor-Leste, estando em fase de conclusão os de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe. Brasil e Portugal já dispõem, há muito, dos seus vocabulários nacionais – com Angola e a Guiné-Bissau à margem ainda destes trabalhos, por razões distintas. Todo este processo, quando finalizado, confluirá na elaboração do Vocabulário Comum da Língua Portuguesa, instrumento estratégico no reforço do idioma comum dos oito países lusófonos.
Salientamos na rubrica Lusofonias um importante texto do professor universitário português Jorge Couto, intitulado "A CPLP e as estratégias da língua portuguesa no mundo", comunicação de 2003 que mantém toda a atualidade. No Pelourinho, assinalam-se velhas pechas do uso do língua: José Mário Costa aponta o uso desenfreado dos anglicismos no meio futebolístico português; Edno Pimentel aborda mais uma deturpação fonética em falantes angolanos; e Wilton Fonseca comenta o não distanciamento de algum jornalismo português na colagem acrítica aos neologismos apressados do discurso político. No consultório, fala-se de um antropónimo a propósito de uma espécie botânica; identifica-se uma abreviatura; descreve-se a sintaxe de um verbo e de um adjetivo; fala-se de etimologia e regionalismos; e explica-se como se dizem as horas em português.
O programa Língua de Todos de sexta-feira, 9 de maio (às 13h15* na RDP África, com repetição aos sábados, depois do noticiário das 9h00*), a propósito da conferência Português Língua não Materna no Sistema Educativo realizada em Lisboa no dia 6 de maio de 2014, entrevista a professora Conceição Bernardes, sobre uma experiência de ensino na referida área no Agrupamento de Escolas Dra. Laura Ayres, na Quarteira, Algarve. O Páginas de Português, no domingo, dia 11 de abril (às 17h00*, na Antena 2), evoca a figura e a obra de Vasco Graça Moura, falecido em abril de 2014; também foca o ensino do Português como Língua não Materna numa conversa com o professor Hélder Pais, e as alunas guineenses Mendja Araújo e Fatumata Buarô, acerca de uma experiência pedagógica no Agrupamento de Escolas Agualva, Mira-Sintra; e passa a palavra a Sandra Duarte Tavares na rubrica Ciberdúvidas Responde, para esclarecer dúvidas da nossa língua comum.
* Hora de Portugal continental.
A Ciberescola da Língua Portuguesa e a plataforma associada Cibercursos facultam livre acesso a materiais de apoio do ensino e aprendizagem do Português (língua materna e não materna), além de organizarem cursos individuais para estudantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language).
Reitera-se o apelo SOS Ciberdúvidas: ajude a viabilizar este espaço consagrado ao esclarecimento, divulgação e debate de questões sobre a língua portuguesa e a sua diversidade. Agradecemos, desde já, os contributos que nos forem destinados.