«Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?», «Tantas vezes vai o cântaro à fonte, que um dia lá fica», tal como tantos outros provérbios, mantêm-se vivos na realidade da língua deste século XXI como testemunho do reconhecimento de verdades da sabedoria popular. A ida à fonte, o cântaro e o rabecão, atividades e utensílios que se perderam, não perdem o sentido que lhes confere a atualidade, servindo como referência de experiências de outros tempos que servem como modelos de vida.
O léxico não deixa de marcar presença, mostrando as dúvidas sobre o uso de termos semelhantes — julgo, jugo e julgamento —, assim como as questões entre o emprego do acento agudo e do grave.
Morrer de fome, não há dúvida de que é um caso complexo não só na vida real como na análise da estrutura frásica, funcionando como um todo e não como realidades isoladas. Mas essa já não é a situação de outra expressão preposicionada — «por Tomar». E onde se encontra o pressuposto e o subentendido numa frase tão clara como «Amigo verdadeiro é aquele que está sempre a seu lado»?
Semântica, léxico, ortografia e sintaxe são, assim, os temas das respostas deste dia.
Do Colóquio Internacional da Língua Portuguesa na Internet e no Mundo Digital, realizado em Guaramiranga (no estado de Ceará, no Brasil) e organizado pelo Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), resultou um documento final, a Carta de Guaramiranga.