Lembrando o contexto, este verso depende de outro que o antecede:
«Cheira bem/ cheira a Lisboa.»
Como é frequente na poesia, estes versos são sintéticos e sugestivos. Neste caso, subentendemos quem sente o cheiro de Lisboa e o modo como este é classificado.
Vejamos frases estruturalmente semelhantes.
«Cheira-nos agradavelmente.»
«Cheira-nos a sardinhas.»
«Cheira-nos a Lisboa.»
Cheirar a significa sentir um odor, e quem o recebe avalia esse cheiro de diferentes maneiras. Exemplo de uma possível estrutural profunda.
(Esta atmosfera) cheira (-nos) a Lisboa.
O sujeito está subentendido – (Esta atmosfera).
O complemento indirecto também esta subentendido – (nos).
Verbo e predicado – cheira
Modo como nós sentimos a mensagem olfactiva: bem como nos cheira Lisboa.