O novo acordo ortográfico já foi efectivamente ratificado pelos parlamentos de Portugal, Brasil e Cabo Verde. Mas não entrou ainda em vigor.
No preâmbulo, lê-se que a entrada em vigor se faria em 1 de Janeiro de 1994 (há 7 anos…), após depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados que o assinaram.
Mas a entrada em vigor exigiria ainda a elaboração de um vocabulário comum (previsto até 1 de Janeiro de 1993), que ainda não está feito.
Não há só a resistência (aliás legítima) das editoras; não há só a oposição (não tão legítima) dos reaccionários contra a mudança; há também inércia geral e houve incapacidade de planeamento para que o objectivo fosse realizado com eficácia.
Além disso, haverá a preocupação em conseguir um consenso, o que frequentemente só serve para atrasar, ou mesmo impedir, as decisões. Na minha opinião, com as ratificações já feitas, o acordo poderia perfeitamente avançar para a entrada em vigor, pelo menos entre os países que já o ratificaram.
Como tenho escrito, não penso que este acordo esteja perfeito. Defendo-o porque sempre traz alguma simplificação e porque legaliza as variantes em toda a lusofonia, o que é vantajoso na comum língua.
Mas não pensemos que o novo acordo virá trazer alterações drásticas. Por exemplo, bem-estar continuará a escrever-se da mesma forma, e não «bem estar», como supôs; as regras da acentuação ficam praticamente na mesma; etc.
Finalmente, sublinho que, enquanto não entrar em vigor a nova norma, devemos seguir a que continua oficialmente estabelecida (em Portugal, a de 1945 e alteração de 1973; no Brasil, a 1942 e alteração de 1971). No meu caso pessoal, presentemente só recorro ao novo acordo quando a norma actual/atual não é taxativa e a nova aponta para uma simplificação futura.
Ao seu dispor,