Caros consulentes, não hesitem em nos enviar as vossas perguntas. Nós é que, por ignorância, poderemos hesitar em vos enviar as respostas. Neste caso, contudo, hesitámos pouco: em obra infelizmente esgotada, só disponível em algum alfarrabista, Cândido de Figueiredo explica muito bem como se colocam os pronomes. Tanto podemos escrever em enviar-nos como em nos enviar. Com uma diferença: em enviar produz um em-en, ou seja, uma cacofonia – que se desfaz pela colocação do pronome entre a preposição e o verbo. Mas isto, prezados consulentes, é tudo facultativo. Luís de Camões, no verso «Alma minha, gentil...», tem um cacófato («al maminha») e nem por isso este soneto deixa de ser o que é: soberbo.