Tem razão nas suas dúvidas. Antigamente havia o hábito de semear iniciais maiúsculas no texto, como deferência, por tudo e por nada. Presentemente, recomenda-se que se evitem as iniciais maiúsculas, quando for possível (procuro só usar as exigidas pela norma em vigor ou se penso que pode haver ofensa na inicial minúscula).
Quanto aos casos específicos que refere, eu escrevo:
i) - Com minúscula: cristão/s, católico/s, judeu/s, substantivos comuns. Com maiúscula: Igreja Católica, nome desta instituição religiosa (mas escrevo: `este edifício é uma igreja católica´).
ii) - A norma brasileira aceita que se escreva os portugueses; mas a norma portuguesa em vigor exige que se escreva com maiúscula: os Brasileiros (sic), quando o vocábulo designa todo o povo do país (e eu escrevo: `um brasileiro, dois brasileiros´, etc.). Note que, obedecendo ao espírito da norma portuguesa e no meu ponto de vista, preciso sempre de ver se o singular não estará a substituir a totalidade, num dos artifícios em que a nossa língua é rica; pois, nesse caso, frequentemente prefiro escrever com inicial maiúscula. Exemplos: `o Brasileiro é um povo da nossa família´; ` a Mulher é mesmo a fonte da vida´. Mas já escrevo: `o povo brasileiro é mais alegre´, porque neste frase o termo brasileiro é adjectivo; e escrevo: `eu não posso dizer que a mulher homossexual tenha sempre mau gosto…´, porque nesta acepção o termo mulher representa só uma parte do todo.
iii) - Presentemente, recomenda-se que se escreva `a língua´, com inicial minúscula, evitando-se a reverência excessiva usada no passado; logo, da mesma forma, recomenda-se: o português (língua), o esperanto, etc. Penso, porém, que nada me impede de escrever com maiúsculas `a Língua´, `o Português´, quando a tanto me sinto rendido, sem me importar que me considerem a grafia anacrónica.
Respondi também a maiúsculas no tema: Internet, desta mesma data.
Ao seu dispor,