À exceção do Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, onde se regista a palavra indicada, na maioria dos dicionários consultados bem como no Corpus da Língua Portuguesa não se verifica a existência de mancuniano, parecendo por isso não haver um uso consistente desta forma1. Segundo, aliás, o Online Etymology Dictionary, mancuniano é decalque do inglês mancunian – de Mancunium, em latim medieval.
Neste contexto, parece-me oportuno recorrer aos sufixos mais frequentes -ense, -ês, -ano, -ino, e -o, pois normalmente são os elementos que se adicionam às raízes dos topónimos. Vejamos os seguintes exemplos: Angola – angolano; Argentina – argentino; Arménia – arménio; França – francês, etc.
Se considerarmos esta regra, então a juntar à raiz do topónimo Manchester, podem surgir as formas: manchesteriano ou manchesterense. E, se por outro lado considerarmos a raiz do inglês mancunian, então a um habitante de Manchester chamá-lo-emos mancuniês ou mancuniense.
1 Verifica-se, porém, o registo das formas mancuniano e mancuniense como gentílicos correspondentes a Manchéster (forma portuguesa de Manchester) na obra de Jânio Quadros, Curso Práctico da Língua e sua Literatura (Editora Formar, 1966); além disso, atesta-se mancuniano em espanhol e italiano, o que, dada a proximidade destas línguas com o português, reforça a possibildade de legitimar mancuniano (informações trasnmitidas pelo consultor Luciano Eduardo de Oliveira).