O iDicionário Aulete, como se pode comprovar pelo registo áudio e indicação fonética que acompanham o verbete de excerto, apresenta a pronúncia excêrto, com e fechado, à semelhança de outros substantivos masculinos onde ocorre a mesma vogal em sílaba tónica (aperto, cebo, carreto, dedo). Este timbre é confirmado por dois dicionários produzidos em Portugal, o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa e o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, cujas transcrições fonéticas também mostram um e fechado (símbolo fonético [e]).
Deve, no entanto, assinalar-se que outros dicionários, quer de português europeu quer de português do Brasil, não confirmam claramente esta pronúncia. Com efeito, o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (português), o Dicionário Houaiss (edição brasileira) e o Aurélio XXI não dão indicação de e fechado para excerto. Note-se que na dicionarística do português é costume juntar uma indicação de pronúncia parcial quando se trata de assinalar tal vogal em sílaba tónica de substantivos masculinos, ficando os casos em que ocorre um e aberto tónico sem indicação. Dentro desta lógica, dir-se-ia que excerto tem e aberto, visto que os referidos dicionários são omissos sobre um e fechado.
Sendo assim, parece que excerto com e aberto não é forma ilegítima nem sequer condenável, e o mesmo se diga da forma com e fechado, podendo ambas ser interpretadas como variantes fonéticas, sobre as quais não existe um juízo normativo que exclua uma ou outra.