Segundo as regras da acentuação da língua portuguesa, «todas as palavras proparoxítonas [isto é, quando o acento recai na antepenúltima sílaba] devem ser acentuadas graficamente1» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 1997, p. 70), o que não ocorre na grafia de Cuquedo.
Por isso, esta palavra não é esdrúxula/proparoxítona, o que impede que se faça a incidência do acento na antepenúltima sílaba. Assim, a sílaba tónica é a penúltima, «Cuquedo», razão pela qual é uma paroxítona (grave), palavras que, na sua grande maioria, não são acentuadas graficamente, o que é reiterado na Base IX (Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas) do novo Acordo Ortográfico2.
Portanto, a segunda hipótese colocada pelo consulente é a da pronúncia correta ("Cuquêdo").
1 «Recebem acento agudo as que têm na antepenúltima sílaba as vogais a aberta, e, o semiabertas, i ou u; e levam acento circunflexo aquelas em que figuram na sílaba predominante as vogais a, e, o semifechadas: árabe, exército, gótico, límpido, louvaríamos, público, úmbrico, lâmina, lâmpada, devêssemos, lémures, pêndulo, fôlego, recôndito, etc.» (idem).
2 Segundo o novo Acordo Ortográfico, «As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo, avanço, floresta, abençoo, angolano, brasileiro, descobrimento, graficamente, moçambicano.»