De facto, o excelente e elucidativo resumo das principais alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico já em vigor (ILTEC, coord. professora Margarita Correia), publicado em linha no Portal da Língua Portuguesa, confirma a existência de dupla grafia para a referida palavra: «As consoantes ‹c› e ‹p› [...] podem ou não escrever-se nos casos em que existe variação (isto é, nos casos em que podem ou não ser pronunciadas), ex.: apocalíptico e apocalítico; sector e setor; caracteres e carateres; céptico e cético; dactilografia e datilografia; interruptor e interrutor (...)» (p. 35). Note-se, no entanto, que, ainda de acordo com o mesmo documento, «o número de palavras com este estatuto é muito reduzido: 184 num universo de mais de 200 000».
Valerá ainda a pena dizer que o Vocabulário Ortográfico do Português acolhe a dupla grafia da palavra em análise (interruptor/interrutor), salientando, contudo, que a mesma é válida apenas para o português europeu. Efetivamente, no português do Brasil, a oralização do ‹p› nesta palavra parece ser obrigatória, tal como se pode confirmar no Aulete Digital.
Chamo, porém, a atenção para o facto de o programa informático Lince – Conversor para a nova ortografia, igualmente desenvolvido pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC), não aceitar, por razões que desconheço, a forma gráfica interrutor.