O que Portugal ratificou foi a possibilidade de que o novo AO entrasse em vigor só com a assinatura de 3 países, dispensando a obrigatoriedade de todos assinarem como no Preâmbulo do Acordo de 1990 estava previsto.
Uma vez que já há 4 países que concordam com esta adenda, o novo AO pode entrar em vigor no país agora signatário quando este o entender.
Entrou no Brasil no princípio deste ano. Entrará em Cabo Verde no Verão deste ano. Veio a notícia de que o ministro da Cultura deseja que entre em Portugal antes de Janeiro de 2010.
Enquanto uma nova grafia não entra oficialmente em vigor, a legal é a anterior.
Mesmo durante a moratória (2 anos para o Brasil; pelo menos 6 para Cabo Verde; eram 6 para Portugal, agora já não se sabe), mesmo nesse período, continua válida a grafia que estava em vigor antes de vigorar a do novo AO.
Pode-se ser um grande defensor do novo AO (como eu sou), mas os factos são estes.
Acresce ainda que tenho sérias dúvidas de que o novo AO possa vigorar convenientemente em Portugal sem haver, oficialmente estabelecido, um Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), adequado às variantes recomendadas para o português europeu (PE). Digo isto, porque, na análise daquilo que já está impresso como recomendações de palavras para o novo AO, se verificam discrepâncias inaceitáveis até numa utilização corrente.
No Brasil, o novo AO entra em vigor, mas está em vias de publicação este mês um monumental VOLP PB para o novo AO, até com prosódia, o que nos dá uma imagem do grande amor que os nossos irmãos têm pela sua e nossa língua.