Pedimos o parecer de A. Tavares Louro:
«Os romanos faziam o transporte e a distribuição de correio, mas não usavam selos postais. A palavra postal tem uso apenas desde o século XIX. Por isso, deveremos fazer uma tradução livre.
A palavra selo tem por étimo o substantivo latino sigillum, «marca pequena», que é um diminutivo da palavra signum, do {#género|gênero} neutro. Se tiver a função de sujeito ou de complemento (objecto directo, será sigillum, no singular, e sigilla no plural.
O homem que transportava o correio era o tabellarius. O adjectivo correspondente no nominativo (ou sujeito da oração) era também tabellarius. Se fosse complemento determinativo, seria tabellarii.
Assim, de acordo com a língua latina, «o selo postal» será o «selo do homem do correio»: «sigillum tabellarii» ou «tabellarii sigillum». Do mesmo modo, os «selos postais» serão os «selos do homem do correio»: «sigilla tabellarii» ou «tabellarii sigilla». Note-se que, na língua latina, a ordem das palavras possui maior liberdade do que na língua portuguesa.»
O consultor Gonçalo Neves quis dar também a seguinte achega:
«[...] Convinha talvez acrescentar que o latim ainda é utilizado por uma comunidade considerável em todo o mundo (Latinitas viva), constituída por pessoas que falam ou escrevem nesta língua sobre qualquer assunto, e obviamente também sobre selos e filatelia. Os termos que usam para indicar “selo postal” são nota postalica e pittacium cursuale. Eis uma página (muito resumida) sobre filatelia, da Wikipedia em latim, na qual se encontram ambas as expressões:
http://la.wikipedia.org/wiki/Nota_postalica
Na excelente obra “Conversação latina”, do Padre António Freire, publicada em 1960 pela Livraria Apostolado da Imprensa (197 p.), figura a expressão pittacium postale (p. 72), mas esta nunca a encontrei “no terreno”.