Começo por agradecer as observações e precisões feitas. Não respondo para alimentar uma controvérsia, pois considero que o assunto não tem importância que o justifique. E ficarei por aqui.
1. O lapso na escrita (agradeço o termo usado) já foi emendado em linha. `O fluxo de raciocínio envolvido no fundo de problemas em solução´ tende a que sejamos muitas vezes imprecisos na forma; e pode acontecer que um erro de escrita passe sistematicamente despercebido pelo autor, por mais que analise de novo o texto. Parte-se do princípio de que essa forma se fixou como correcta, não sendo necessário prestar-lhe atenção. Só muitas vezes outra pessoa dá pelo erro. O facto releva mais uma vez a enorme importância dos revisores de texto.
O que vale é que o cérebro humano é mais perfeito do que os computadores; e, num ambiente de tolerância e discernimento, o receptor corrige automaticamente a estrutura de superfície, quando a incoerência é óbvia na estrutura profunda. Fico triste por ter cometido o lapso, mas a tristeza é atenuada com o pensamento de que só os eleitos é que nunca erram. Com o tempo, concluí, também, que uma coisa é a imprudência, outra o pavor de errar; e que este pavor faz com que se fuja do risco, que se fique inibido na criatividade e na inovação.
2. Quanto à diferença entre plurais nas sílabas tónicas ou átonas, tem toda a razão, mas lembro que o objectivo era mostrar que a “donna” exige prudência, pois a confusão pode instalar-se (nem toda a gente conhece essa regra...)
3. É verdade que existem ainda as alternativas cales/cais, feles/féis, geles/géis, mas o Dicionário Houaiss já não regista 'miles' nem 'tiles'. Ora como o companheiro admite a alternativa, concluo que me é legítimo preferir mis, tanto mais que sigo o mestre Sá Nogueira («é a única aconselhável») e 'miles' parece ter já sido abandonada (além de que existe Miles, nome próprio e termo mitológico).
4. Estão justificadas acima as razões por que prefiro mis a 'miles'; mas, no texto criticado, elas já estavam implícitas naquilo que escrevi a propósito de 'méis' não estar imediatamente relacionado com mil (ao passo que mis está). Pensei que não seria necessário repetir a ideia; pelos vistos era, vejo com pena. Quanto a 'mis' poder ser também o plural de mi, nota musical, não há o mesmo inconveniente que existiria na confusão que poderia eventualmente surgir em 'cais', de cal, e 'mais', de mal.
5. Está obsoleto 'mais', de mal? Tanto melhor. Parece que 'miles', de mil, leva o mesmo caminho...
Agradeço novamente o favor dos seus comentários.
E aproveito para pedir, a quem me ler, que nunca hesite em me corrigir se discordar do que escrevo. Críticas construtivas e corteses, como foram a deste nosso antigo e conhecedor companheiro de estudo da língua, são sempre preciosas para o aperfeiçoamento de Ciberdúvidas.