A propósito dos presumíveis autores dos incêndios que, por estes dias, fustigam Portugal, refere um leitor do Público:
«Quem foram essas pessoas? Residentes locais, moradores perto das zonas ardidas? Pessoas com atividade suscetível de beneficiar da terra queimada? Madeireiros? Pastores? Criadores de gado? Dementes mentais? […]» (14 de agosto de 2103, p. 44; grafia atualizada por nós).
Vou deixar de lado a expressão «residentes locais», e mesmo a diferença entre esta e «moradores perto das zonas ardidas», e focar-me na expressão «dementes mentais». É que ou temos «doentes mentais» – expressão porventura mais adequada, mais modalizada e menos conotativa –, ou temos «dementes» – talvez mais afirmativa –, o que não podemos ter é «dementes mentais», claramente um pleonasmo vicioso, uma redundância inútil e despropositada…
E, ainda que seja uma carta de um leitor, o certo é que naquela secção o Público se reserva o direito de selecionar e reduzir os textos, não podendo, obviamente, estar de fora dos critérios editoriais do jornal a correção mínima dos textos recebidos…