O uso do infinito pessoal releva mais da estilística do que da gramática.
Pessoalmente, evito empregá-lo, quando ele é dispensável. Em particular, quando um outro verbo da frase nos indica o sujeito, como acontece na que dá como exemplo : «(nós) Podemos esperar retê-lo para o tornar completamente nosso».
Tal como está, o período é claro quanto ao sujeito a que se referem as acções «poder» e «tornar», e ganha um ritmo mais harmonioso com a não repetição da desinência -mos; além disso, é realçado o complemento directo, em detrimento do sujeito, na oração infinitiva final «para o tornar completamente nosso», facto que considero importante para a compreensão do discurso.
Na frase «Estranhei não me teres dito nada sobre o assunto», é obrigatório o uso do infinito pessoal, uma vez que só flexionando o verbo ele indica qual é o sujeito da oração «não me teres dito nada...», que vem a ser «tu».