Apesar de poder encontrar, na bibliografia sobre semântica e sintaxe, a classificação «frase injuntiva», como sinónima de «frase imperativa», a verdade é que para uma caracterização textual (que será o que pretende) não pode atender apenas a um enunciado isolado.
A correspondência texto exortativo — texto injuntivo não pode ser feita, desde logo, porque os termos pertencem a propostas teóricas diferentes.
Textos exortativos correspondem a um tipo de discurso comportamental (behavioral discourse) com a função de modificar o comportamento dos seus leitores, influenciando-os no sentido de estes virem a fazer algo ou a deixarem de fazer algo [ver Longacre, R. — "The discourse strategy of an appeals letter", in W. C. Mann; S. A. Thompson (eds.) — Discourse Descriptions: Diverse Linguistic Analyses of a Fund-Raising Text: 109-130, Amsterdam, Philadelphia, John Benjamins).
O texto injuntivo corresponde à representação de uma transformação de uma situação, a realizar pelo leitor/receptor, com predição de um resultado. A receita, a bula de medicamentos, as instruções de um electrodoméstico são actualizações deste tipo de texto/sequência discursiva (ver Vigner, G. 1990 — "Un type de texte: le dire de faire", Pratiques n.º 66: 114.
A frase «Defenda a natureza» pode pertencer a um discurso publicitário (publicidade institucional) e, como tal, fazer parte de uma actualização do tipo de texto argumentativo (ver Adam, J.-M. 1992 — Les textes:types et prototypes, Paris, Nathan: 103-126).