1. AM
A terminação verbal am, com som ¦ão¦, foi um artifício estabelecido por lei, para evitar que nos documentos oficiais se pudesse confundir a flexão verbal pretérita com a futura (ex.: «¦amárão¦» com amarão). Mas, também por convenção, am verbal é sempre átono: o acento tónico/tônico nunca pode ser feito sobre o ditongo ¦ão¦ representado por am verbal. Ora na palavra enxáguam (enxaguam em Portugal) temos a decomposição en-xá-guam, semelhante a água, em que o tritongo nasal ¦uão¦, inseparável neste caso, impõe o acento na palavra, semelhantemente à convenção que nos obriga a acentuar água, cujo ditongo crescente pretendemos sem hiato. Repare que sem o acento tenderíamos a pronunciar ¦enxagú-ão¦ (am não tónico/tônico).
2. EM
Em ágüem (em Portugal agúem), a justificação é semelhante à anterior: o tritongo nasal, inseparável, agora é ¦üãi¦; e o sinal que desfaz a convenção de u ser mudo no conjunto gue é o trema (legítimo ainda no Brasil).
Em apazigúem, averigúes (mesmas grafias em Portugal), não estamos em presença de tritongos. Agora o u (tónico/tônico) é uma vogal, e há hiato respectivamente/respetivamente com o ditongo nasal e com a vogal seguintes. Pelo facto/fato de u ser tónico/tônico, o acento é legítimo e é ele que determina a diérese entre u e e.
Ao seu dispor,