Não é nada habitual a designação de nome abstracto colectivo/abstrato coletivo, mas os termos não são contraditórios, pois substantivo abstracto/abstrato opõe-se a substantivo concreto. Essa classificação não é incompatível com a tradição gramatical portuguesa.
Cabe à consulente, com base nos argumentos apresentados pelo autor, decidir se é pertinente ou não considerar o substantivo temporada um colectivo, pois os exemplos de colectivos/coletivos que se podem encontrar em gramáticas são de, chamemos-lhes assim, «colectivos concretos».
Convém também notar que muitas gramáticas apresentam definições que não permitem decidir claramente sobre a natureza concreta ou abstracta/abstrata de substantivos que designam intervalos de tempo (por um lado não são palpáveis, por outro são mensuráveis).
Quanto aos numerais, em princípio não se classificam como concretos ou abstractos/abstratos, pois a nossa gramática tradicional só faz esta distinção para os substantivos. (Os numerais – cardinais ou ordinais – não são substantivos. Há, contudo, autores que consideram que nomes como «par, dezena, centena» são substantivos numerais colectivos/coletivos).