A propósito de teatro, cite-se Luiz Francisco Rebello em "História do Teatro Português", Lisboa,Europa América, 1967, págs. 17/18:
Está hoje posta de parte, pela moderna crítica literária, a tese romântica, longamente enraizada, segundo a qual o teatro português teria nascido nos alvores do século XVI, com Gil Vicente, antes de quem não existiria. (…)
Aceita-se que Gil Vicente haja sido o primeiro a dar uma forma e um conteúdo literários a elementos rudimentares e até então dispersos, mas não se aceita, por cientificamente inverosímil, que tenha criado «ex nihilo» o teatro português. Isto é: a sua obra representa aquele momento de uma evolução dialéctica em que a quantidade engendra uma nova qualidade".
Por outro lado há notícias de "arremedilhos" - farsas mímicas de origem provençal - na corte de D. Sancho I; de "momos" -- representações mímicas acompanhadas de danças e por vezes de palavras – nas cortes de D. Afonso V e de D. João II; e de "barcas", "loas", "entremezes" -- composições em verso importadas de Itália nos fins do século XV.