Também eu já empreguei o neologismo suicidário. Está bem formado (suicida + suf. nominal -ário), vê-se na prosa de comentadores portugueses – e também na de José Saramago (secção Diversidades do Ciberdúvidas):
«(...) Hoje, uma língua que não se defenda, morre, não de morte súbita, mas irá caindo aos poucos num estado de consumpção que poderá levar séculos a consumar-se, dando em cada momento a ilusão de que continua viva, e por esta maneira afagando a indolência ou mascarando a cumplicidade, consciente ou não, dos seus suicidários falantes.»
O reparo de Luís Figueiredo é, todavia, pertinente. Quem empregou tal adjectivo pela primeira vez (talvez há uns dez anos), só precisaria dele por eufonia. Suicida, além de substantivo, é adjectivo e, nesta qualidade, significa o mesmo que suicidário.