1. Partamos da oposição genérica mencionada: «linguagem técnica» ‘vs.’ «bom português».
De facto, o léxico de uma língua de especialidade diferencia-se claramente do léxico geral de uma língua natural. Desde logo, os lexemas de especialidade apresentam um sentido unívoco no âmbito de uma ciência, técnica ou actividade profissional. Por outro lado, o léxico de especialidade renova-se com muita rapidez, através da criação de vocábulos de base latina e grega e, muito frequentemente, através de empréstimos de línguas estrangeiras.
Portanto, o vocabulário de uma língua de especialidade é, em diferentes graus, alheio à estrutura lexical e semântica de uma dada língua particular, ou seja, está mais livre dos constrangimentos formais próprios de cada língua.
No nosso caso, trata-se de conseguir um equilíbrio entre a valorização do português e a projecção do português na “comunicação internacional” no âmbito de um dado domínio de especialidade. Isso deve ser feito através da constituição de uma terminologia coerente que impeça a profusão desnecessária de empréstimos.
2. Os dicionários não registam a palavra “desactuar”. Mas se efectuarmos uma pesquisa no Google Scholar , obtemos dois artigos que integram esse termo: um em português (Modelo Comportamental do Controlador da Prensa Hbit para o Trabalho de Corte em Modo Contínuo) e outro em castelhano (Robot para exploración de tuberías de diseño compacto, modular, estanco y de seguridad… ).
Se fizermos a busca com o termo “desactivar”, aliás sugerido pelo próprio motor de busca, encontramos várias referências em português da área da informática.