As palavras de origem latina, em grande parte foram recebidas por intermédio do latim vulgar, falado pelo povo, em todo o Império Romano. Os nomes e os pronomes tinham casos, e quanto ao português foi normalmente acusativo, quase sempre acabado em m no singular, que evolucionou no vocabulário recebido, já sem esta consoante final, que acabou nos fins da República. Os pronomes da nossa língua assentam nos diferentes casos que possuíam em latim, conforme as suas funções. As conjugações, com a simplificação sofrida no latim vulgar, também foram largamente recebidas, com excepção de alguns tempos, como o futuro, e grandes alterações na voz passiva. As palavras invariáveis igualmente passaram em grande número para a língua portuguesa. Em todas estas passagens houve grandes transformações fonéticas, segundo determinadas leis, mais ou menos rígidas. Só a nossa língua possui as mesmas vogais tónicas do latim vulgar, sem qualquer mudança, o que deu azo a que seja o idioma novilatino mais semelhante ao latim clássico.