O latim vulgar foi trazido para a Península Hispânica pelos soldados, colonos e funcionários romanos, quando se fez a invasão romana a seguir à 2.ª guerra púnica (218-201 a.C.). O mesmo sucedeu em todo o Império Romano, mas em épocas diferentes. Pode-se considerar a existência de variedades, como o latim hispânico, caracterizado sobretudo vocabularmente.
Relacionadas com o substrato linguístico osco-úmbrico então as reduções mb > m, nd > n e ld > ll ou l, ocorrentes em catalão, aragonês, castelhano e gascão. Houve grande influência da língua culta na Península, pelo que o português e o espanhol estão mais próximas do latim que o francês primitivo, o que se explica pelos arcaísmos do latim hispânico. O facto de a Península se encontrar na periferia do Império Romano originou que o seu latim evolucionasse mais devagar, ignorando muitos neologismos.
A Península, segundo Lapresa, foi o único sítio onde o latim manteve certos rasgos da época clássica que desapareceram na fala das demais províncias. Bastante uniforme durante o período romano, o latim peninsular não deixou de fraccionar-se posteriormente nos diversos dialectos românicos, facto cuja origem deve buscar-se na diversidade étnica, acompanhada de substrato linguístico possivelmente diferente, e que se reflecte na divisão administrativa romana.
Para mais pormenores, cf. O Português entre as Línguas do Mundo, Liv. Almedina, Coimbra, do autor desta resposta.