O termo sirene é um galicismo que entrou na nossa língua sem precisar praticamente de adaptação. Cópia do francês "sirène", ouve-se cada vez mais a sirene da polícia, a sirene da ambulância, a sirene dos bombeiros... O termo sereia, com o mesmo significado, parece estar a cair no esquecimento, o que é pena. Também gosto de ouvir a sereia da fábrica ou a sereia do navio...
Sobre os estrangeirismos, o melhor é dar a palavra ao grande mestre Rodrigues Lapa, que, na sua Estilística da Língua Portuguesa (Coimbra Editora, Limitada), escreve: «A adopção dos estrangeirismos é uma lei humana e particularmente portuguesa: constitui como que uma fatalidade, devida aos intercâmbios das civilizações. A língua, especialmente o vocabulário, só tem a lucrar com isso. O ponto está em que essa imitação não exceda os limites do razoável e não afecte a própria essência do idioma nacional.»