Na frase indicada o sujeito está especificado: é horas, que, como é muito frequente com a expressão ser necessário, vem posposto. Veja-se outro exemplo:
«É necessário enfrentar os perigos.»
Nesta frase o sujeito é a oração infinitiva enfrentar os perigos. O sujeito pode, mesmo, ser uma frase com o verbo conjugado:
«É necessário que enfrentemos os perigos.»
Aqui o sujeito é que enfrentemos os perigos, uma oração completiva subjetiva em que o pronome relativo não tem antecedente.
A par destas construções em que ser necessário mantém algum grau de fixidez, como acontece igualmente com ser preciso, ser possível, etc., a expressão ocorre também em frases em que o sujeito ocupa a sua posição canónica, isto é, vem antes do verbo, como em:
Todas estas condições são necessárias para o bom funcionamento da empresa.
Relativamente ao acordo, registam-se duas situações distintas:
a) Quando o sujeito é uma oração, seja ela infinita ou finita, o verbo mantém-se no singular.
B Se o sujeito for um nome, quer ocorra antes, quer depois do verbo, é feita a concordância.
Note-se ainda que a expressão ser necessário tem sempre o sujeito expresso, embora na maior parte dos casos apareça em posição pós-verbal. Além disso, o verbo ser mantém-se sempre ligado ao predicativo do sujeito (necessário).