Embora nos possa parecer lógica a construção proposta pelo consulente, sobretudo porque nos dá ideia de que se refere a uma estrutura que poderá ter ocorrido em formulários para serem preenchidos (cujo objetivo é o de tornar bem explícita a indicação, e não o de obedecer à norma da língua), a realidade é que o emprego da preposição para como regência do nome/substantivo resposta ou do verbo responder não se encontra previsto na bibliografia específica.
Tal como foi dito na resposta anterior, «resposta a» e «responder a» são as estruturas corretas para as construções que designem «dar resposta; dizer ou escrever alguma coisa em resposta; reagir; corresponder». Por exemplo:
«Em resposta aos dois reparos que nela me faz.»
«Responder a uma saudação/a uma pergunta.»
«Ainda não respondi à carta dele.»
«O ministro respondeu às acusações dos deputados.»
Quando usado com o sentido de «ser ou ficar responsável; responsabilizar-se», utiliza-se a estrutura «responder por»:
«Confio na minha amiga, posso responder por ela.»
«Cada qual que responda pelos seus atos.»
«A gerência não responde pelo desaparecimento de qualquer objeto!»
«Não respondo por mim!»
O Dicionário Sintático dos Verbos Portugueses (Coimbra, Almedina, 1994), de Winfried Busse (coord.), assinala ainda a estrutura «responder com», usada em casos como «O árbitro respondeu com o cartão vermelho às provocações do jogador».
Fontes: Dicionário dos Verbos da Língua Portuguesa (Lisboa, Dom Quixote, 1999), de Ana Maria Guedes e Rui Guedes; Dicionário Prático de Verbos Seguidos de Preposições (Lisboa, Escher, 1990), de Helena Ventura e Manuela Caseiro; Dicionário de Verbos e Regimes (São Paulo, Globo, s. d.), de Francisco Fernandes: Dicionário de Regimes de Substantivos e Adjetivos (São Paulo, Globo, 1960), de Francisco Fernandes; Dicionário Gramatical de Verbos Portugueses, da Texto Editores, Malaca Casteleiro (dir.)