Queria lembrar ao estimado consulente que a Língua Portuguesa é o idioma de Portugal, nação que se tornou independente no século XII, e que o Brasil foi descoberto pelos Portugueses em 1500, tendo então esta língua sido levada para esse território pelos colonos que, a partir do séc. XVI, aí se começaram a instalar. As palavras rapariga e moça fazem parte do léxico que “viajou” de Portugal para o Brasil.
A língua sofre evolução, e as palavras podem assumir particularidades semânticas em determinadas regiões da lusofonia, como é o caso.
Ambas as palavras significam “pessoa jovem do sexo feminino, solteira”. A palavra rapariga já aparece no léxico português no séc. XIII, proveniente certamente do leonês. É o feminino de rapaz e usa-se normalmente, sem valor pejorativo. Diz-se em Portugal, por exemplo, “Eles têm três filhos, dois rapazes e uma rapariga.”
A palavra moça, feminino de moço, começou por designar uma serviçal, uma criada. É com esta acepção que surge nos textos medievais e renascentistas como, por exemplo, no Auto da Índia, de Gil Vicente. Por vezes, designa a rapariga do campo ou a de menor classe social. Não é termo muito usado.
Qualquer das palavras, num contexto particular, pode significar meretriz, amásia, mas, para tal, normalmente, vem integrada em expressão mais esclarecedora (“moça da vida”, “casa de raparigas”).