Como bem notou o consulente, se a frase pretendia exemplificar o uso do verbo ver no futuro do conjuntivo (ou subjuntivo, como lhe chamam no Brasil), era forçoso usar mesmo essa forma verbal, que, como decerto saberá, é vir. Quem vir com atenção encontra isto mesmo nas nossas Respostas Anteriores.
É claro que o modo indicativo que o consulente sugere é também possível («Quem vê bem não precisa de ir ao oculista»), mas esta frase não ilustra o que se pretendia ilustrar, pelo que não vem ao caso.
Quanto à outra sugestão, a de caber o modo infinitivo "ver", ela não é aceitável. Se, em vez do verbo ver, quisermos empregar, por exemplo, o verbo ter, não poderemos aceitar uma frase como "Quem ter boa visão não precisa de ir ao oculista". A forma certa seria: «Quem tiver boa visão não precisa de ir ao oculista» (a frase «Quem tem boa visão não precisa de ir ao oculista» é igualmente corre(c)ta, mas não serve como exemplo do que se quer demonstrar).
A confusão do consulente Jayme Barbosa advirá do fa(c)to de, em muitos verbos, o futuro do conjuntivo/subjuntivo ter a mesma forma que o infinitivo pessoal. Mas o verbo ver não é um deles. Eis alguns exemplos:
«Quem ler o Ciberdúvidas vê que isto é mesmo assim.»
«Quem bater nos outros vai preso.»
«Quem crer nas suas capacidades vai longe.»
Mas:
«Quem quiser (não querer) ir ao baile pode ir.»
«Quem disser (não dizer) o contrário é mentiroso.»
«Quem for (não ser) bom entendedor percebe o que quero dizer.»
Espero ter desfeito o curioso equívoco.