A pergunta é: como julgar uma pronúncia? Ao dizermos que um determinado grupo social ou regional tem uma pronúncia, não acredito que possamos avaliar se esta é correta ou errônea. Cada pronúncia tem a sua história e, como tal, a sua legitimidade. O fato (facto, em Portugal) de os brasileiros falarem senhora com o "o" aberto é um dado histórico. Outra dificuldade que muitas vezes encontramos, especialmente ao explicar a língua para estrangeiros, é a falta de "lógica" na língua (em outras palavras, analogias que não se realizam), como são os casos que citou. Iguais a esses, há centenas.
Acredito que o importante, ao optar por uma das normas da língua, é a coerência. Assim, se quiser falar à brasileira, não vai pronunciar "falar(e)" – meu computador não tem todos os símbolos do alfabético fonético –, mas "adjivogado" ou "sau" (no lugar de sal, que muitos portugueses pronunciam como "sále".