As palavras com grupo consonântico mn apresentadas pelo consulente pronunciam-se da seguinte forma em português europeu:
− gimnosperma: [ʒimnɔʃ'pɛɾmɐ]
− amnésia: [ɐ'mnɛzjɐ]
− mnemó(ô)nico: [mnɨ'mɔniku]
− amnistia: [ɐmniʃ'tiɐ]
− pantomnésia: [pɐ̃tɔ'mnɛzjɐ]
Como se pode ver nas transcrições acima, a consoante m que integra o grupo consonântico nunca é “muda” em português europeu.
O grupo consonântico mn é muito menos frequente e mais difícil de articular do que outras sequências consonânticas como pr (cf. prato). É por essa razão que se observa frequentemente no português do Brasil a inserção da vogal [i] entre as consoantes m e n, dando assim origem a uma reestruturação silábica: sílabas de estrutura CCV (consoante-consoante-vogal) são transformadas em sílabas que obedecem ao padrão universal CVCV (consoante-vogal-consoante-vogal). Desta forma, as palavras referidas acima são pronunciadas da seguinte forma em português do Brasil:
− gimnosperma: “giminosperma”
− amnésia: “aminésia”
− mnemó(ô)nico: “minemônico”
− amnistia/anistia: “anistia”
− pantomnésia: “pantominésia”
Destas palavras, a única em que a consoante m se tornou “muda” é a palavra amnistia. Note-se que no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa a forma atestada é anistia, sendo a variante amnistia considerada um regionalismo da variante europeia do português. Outras palavras em que a consoante m é pronunciada em português europeu, mas é “muda” em português do Brasil, são, por exemplo, inde(m)nização ou o(m)nipresente. Em relação a estas duas palavras, apenas as variantes indenização e onipresente se encontram registadas no referido dicionário de português do Brasil.
No que respeita às variantes brasileiras, não apresento transcrição fonética por não ser falante nativa de português do Brasil e porque, segundo creio, não existe nenhum dicionário ou outra fonte de português do Brasil que apresente a transcrição fonética das palavras, tal como são pronunciadas pelos falantes da variedade culta do português do Brasil.