As formas tónicas dos pronomes oblíquos da 3.ª pessoa são iguais à dos pronomes retos correspondentes: ele/ela e eles/elas.
«Pronome reto» é um termo empregado no Brasil para designar «pronomes pessoais que exercem na frase a função de sujeito (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas)» (Dicionário Houaiss). «Pronome oblíquo» é o termo que se aplica aos «pronomes pessoais que exercem na frase a função de complemento ou adjunto (o, a, lhe, me, te, se, nos, vos, mim, ti, si, comigo, contigo, consigo, conosco, convosco)» (ibidem).
Assim, numa frase como «ele nada bem», ele é sujeito e é pronome reto. Contudo, quando a mesma forma ocorre depois de preposição – «falei com ele» –, considera-se que ele é pronome oblíquo tónico1.
«Pronome reto» e «pronome oblíquo» são termos que constam da Nomenclatura Gramatical Brasileira (NBP) de 1959, que, com alterações, continua ter validade na análise gramatical que se pratica em contexto não universitário, no Brasil.
1 As formas átonas do pronome oblíquo são, na 3.ª pessoa, o/a, os/as e lhe/lhes (cf. Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, p. 279). Na 1.ª e 2.ª pessoas do singular, os pronomes têm geralmente formas diferenciadas (entre parênteses, a classificação de acordo coma NBP): eu, tu, com a função sintática de sujeito (pronomes retos); me, te, se forem objeto direto ou indireto (pronome oblíquo átono); e mim, ti, que ocorrem em sintagmas preposicionais (pronomes oblíquos tónicos). Na 1.ª e 2.ª pessoas do plural, há diferença entre as formas de sujeito (nós, vós) e as de objeto direto/indireto (nos, vos), mas as formas oblíquas tónicas, preposicionadas («para nós», «para vós»), são iguais aos pronomes retos, exceto quando acompanhadas da preposição com: connosco (ou conosco) e convosco. Quanto a formas reflexas ou, como se diz no Brasil, reflexivas, contam-se se (pronome pessoal oblíquo átono reflexivo: «já se lavou») e si (pronome pessoal oblíquo tónico reflexivo: «falou para si»).