O modo indicativo, nos seus vários tempos, é o modo da realidade. Por isso, com ele apresentamos a afirmação como positiva, real, certa, categórica.
Exemplo:
a) Trabalho muito. E sempre trabalhei e trabalharei.
O modo conjuntivo é o modo da possibilidade, da dúvida, da incerteza. Exemplos:
b) Talvez eu compre um automóvel.
c) Ó rapaz! Se trabalhares, conseguirás o que desejas!
d) Se tivesses feito o que te disse, serias um felizardo.
Resumindo: O indicativo é o modo da certeza; o modo conjuntivo é o modo da incerteza.
Vejamos, então, as frases:
(a) Se és bom bom rapaz, dou-te este lápis.
(b) Se fores bom rapaz, dar-te-ei este lápis.
Ambas as frases estão correctas.
Na frase (a), a acção de dar é uma realidade presente (dou), no caso de se verificar (no presente) uma condição (se és).
A explicação para a frase (b) é a mesma. A única diferença é a realidade desta ser falsa (dar-te-ei), mas dependente de uma possibilidade – fores (conjuntivo).
(c) Se o nome é masculino deve empregar-se o artigo «o».
(d) Se o nome for masculino deve (ou deverá) empregar-se o artigo «o».
A frase (c) está inteiramente correcta: é (indicativo) – deve (indicativo).
Quanto à frase (d), é preferível empregar-se deverá. Temos, assim, for (futuro) – será (futuro). Mas não é erro empregar-se deve. Em certos contextos, é mesmo preferível pelo seguinte: como deve é tempo presente, o significado apresenta mais firmeza do que em deverá, que é tempo futuro.
(e) Quando seja necessário, vou (ou irei?) buscar-te.
(f) Quando for necessário irei (ou vou?) buscar-te.
A frase (e) não se costuma dizer, porque a forma verbal seja não tem razão de ser.
A frase (f) está correcta. A forma verbal que geralmente se usa é vou, embora a forma verbal irei seja mais lógica por ser futuro. A forma verbal vou, por ser presente, é mais decisiva. É um presente apenas real na imaginação.