Apresenta-se como distinção entre os prefixos e os sufixos, entre outros, o facto de aqueles nunca alterarem a classe gramatical a que a palavra-base pertence. Esse aspecto é visível, se comparamos algumas palavras derivadas com a respectiva palavra-base: legal – ilegal; fazer – desfazer; justo – injusto, etc.
Porém, Margarita Correia e Lúcia San Payo de Lemos, na obra Inovação Lexical em Português, Edições Colibri e Associação de Professores de Português, 2005 (p. 31), apontam alguns exemplos de palavras em que a prefixação provoca alteração da classe morfológica: moral (N) – amoral (Adj. ). Poderemos, pois, dizer que é pouco comum que o prefixo altere a classe da palavra a que se associa.
Relativamente aos sufixos, poderemos dividi-los em dois grandes grupos: Os que alteram a classe morfológica da palavra-base e os que a não alteram. Estes, por sua vez, dividem-se, igualmente, em dois grupos: os que transmitem uma ideia de avaliação e os que formam outras palavras da mesma classe gramatical, mas sem sentido avaliativo.
Alteram a classe morfológica, dando origem a:
Nomes partindo de:
verbos: narrar – narrador; compreender – compreensão;
adjectivos: só – solidão; amplo – amplitude.
Verbos a partir de:
adjectivos: fácil – facilitar; digno – dignificar;
nomes guerra – guerrear; ramo – ramificar.
Adjectivos partindo de:
nomes: desejo – desejoso; símbolo – simbólico;
verbos: amar – amável; enganar – enganador.
Transmitem uma ideia de avaliação
Os sufixos que se enquadram neste âmbito são os que alteram o grau quer dos nomes, quer dos adjectivos: casa – casinha – casarão; rico – ricaço, etc.
Formam outras palavras da mesma classe gramatical, mas sem sentido avaliativo
Nome a partir de nome: laço – laçada; cinto – cintura; vidro – vidraça;
Verbo a partir de verbo: dormir – dormitar;
Adjectivo, partindo de adjectivo: bélico – belicista; fraterno – fraternal.
As gramáticas apresentam, identificados e agrupados, os diferentes tipos de sufixos, indicando, inclusivamente, aspectos morfológicos, sintácticos ou semânticos de cada um.
Poderá encontrar bibliografia sobre o assunto na obra que indiquei acima, ou nas gramáticas. Indico-lhe a de Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, Editora Lucerna, 2001, pois talvez seja mais fácil para si encontrá-la.
Nos endereços electrónicos que se seguem poderá encontrar informação e outras indicações bibliográficas que podem ser-lhe úteis:
http://www.algosobre.com.br/ler.asp?conteudo=433&Titulo=Deriva%C3%A7%C3%A3o
