Não sou um especialista da história das línguas, mas, neste caso, as causas das diferenças, em linhas gerais, parecem óbvias.
O português europeu foi o resultado da amálgama com várias línguas de povos com influência predominante nesta região da Península Ibérica: romanos, árabes, gregos pelo latim e nos termos científicos, castelhanos, ingleses, franceses (quando a língua franca era a sua e distinto usar as suas expressões).
A língua oral do Brasil é, por sua vez, uma amálgama do português europeu (com fixações dos primeiros tempos e daí muitos termos de português vernáculo que se ouve no Brasil terem caído em desuso no Portugal urbano), amálgama com línguas nativas de forte implantação, com línguas de outros povos europeus, com línguas africanas, com o inglês americano, etc.
Mas na língua escrita, a ortografia do Brasil assemelha-se muito à portuguesa, graças ao empenho nos acordos ortográficos entre os cientistas dos dois países, excluindo algumas sensatas simplificações no Brasil (como na supressão de consoantes mudas) e diferenças de acentos gráficos resultantes de diferentes prolações, etc. A sintaxe e a semântica já apresentam diferenças mais significativas, como é natural em cadinhos com produtos diferentes. Repare que digo diferentes e não melhores ou piores.
Ao seu dispor,